Neste Blog você pode refletir sobre alguns temas gramaticais explicados de maneira clara e em uma linguagem simples. Na lateral, encontra-se a lista dos temas abordados, basta clicar e ler com atenção aquele que mais lhe interessar.

           Há postagens que contêm reflexões sobre alguns textos consagrados (poesias, contos ou mesmo romances), lembrando sempre que a obra literária é uma "obra aberta", portanto passível de mais de uma leitura. Mas, como diz Umberto Eco, "não é escancarada"; então precisamos nos ater às palavras, são elas que nos direcionam a uma interpretação possível e coerente.

            Também não poderia deixar de registrar, neste lugar especial, alguns trabalhos muito interessantes de meus ex-alunos e, assim, deixo eternizados  o seu desempenho e a  sua dedicação.

            Acho que é isso! Vamos lá, então, e...

                                    bom passeio pelas letras!!!

 

domingo, 12 de dezembro de 2010

ANÁLISE LITERÁRIA DO POEMA DE ÁLVARES DE AZEVEDO

Na praia deserta que a lua branqueia,
Que mimo! que rosa, que filha de Deus!
Tão pálida ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!

1ª estrofe: Introduz um cenário extremamente romântico: uma praia deserta iluminada pelo luar. Nesse cenário encontramos uma 'filha de Deus', isto é, uma virgem delicada, perfumada e ao mesmo tempo o substantivo rosa carrega um traço levemente sensual. Estamos diante da verdadeira idealização da Mulher , traço marcante da época do Romantismo.
O 3º verso é introduzido por uma expressão muito forte pela sonoridade: 'Tão pálida'. Como em Literatura nada é acaso, isto é, há o trabalho com as palavras, então é interessante prestarmos atenção a esta frase e verificar se haverá alguma relação com outras no decorrer da poesia. 'Pálida' traz a idéia de brancura, virgindade e também de morbidez. Continuando ainda nesse verso, o poeta admite que irá devanear.
O 4º verso inicia com uma palavra meio aterrorizante:' Sufoco 'que nos leva a pensar, no mínimo, em falta de ar. No verso todo podemos supor que o poeta prende a respiração tamanha candura de um ser.

Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

2ª estrofe: À virgem apresentada na estrofe acima é dada a vida, no entanto, imediatamente ela põe-se a correr distanciando-se do eu-lírico que clama por ela desesperadamente. Estamos diante da virgem inalcançável da poesia romântica. Verificaremos se ela continuará inalcançável no decorrer do poema.
Nos dois últimos versos está a confirmação pela palavra 'Donzela' de que se trata de uma virgem e, ainda nestes versos, conhecemos o eu-lírico como um sofredor, no qual seu maior desejo é alcançar a sua virgem, isso também típico dos poetas românticos da 2ª geração.

A praia é tão longa! e a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma;
De noite aos serenos a areia é tão fria,
Tão úmido o vento que os ares perfuma!

3ª estrofe: Foi colocada em palavras a distância entre o eu-lírico e sua amada...' a praia é tão longa'.
Há um ar de terror no cenário com as ondas fortes e uma donzela correndo pela praia durante a noite enluarada com suas roupas molhadas misturando-se à espuma das ondas. Esse clima aterrorizante e levemente sensual, pela roupa molhada, é ainda mais mórbido pelo ar perfumado lembrando flores. Novamente nos deparamos no 3º verso com palavras de forte sonoridade que nos remete ao 3º verso da 1ª estrofe, neste caso elas não iniciam o verso, mas finalizam-no: 'tão fria'. Unindo-as para simples comparação, obtemos: 'Tão pálida...tão fria...' Literariamente falando, nenhuma palavra é colocada ao acaso, neste caso, já temos pistas de possíveis caminhos nos quais segue o poema. Devemos estar atentos para novas palavras expressivas que comprovem a nossa suposição.

És tão doentia!
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

4ª estrofe: Eureca!!! O poema se inicia com nova frase expressiva: 'tão doentia'. Unindo-as novamente para simples
análise: 'Tão pálida...tão fria...tão doentia'

A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!

5ª estrofe:Desde o início havia uma oposição entre a noite escura e a areia que é branca. Novo contraste de cores encontramos agora com a pele pálida da donzela e seus negros cabelos. O que não deve nos surpreender, pois, até mesmo a obra de Álvares de Azevedo é um verdadeiro contraste entre o pálido e o negro. De que forma? Leia o livro Lira dos Vintes Anos, a 1ª e a 3ª partes são pálidas, enquanto que a 2ª é totalmente negra.
Continuando a buscar pistas que nos levem ao possível desfecho, o 2º verso traz a palavra 'esfria'. Interessante e ainda mais curioso é a colocação da palavra 'orvalho' que segundo o dicionário Aurélio: 'orvalho' é umidade da atmosfera, que se condensa ( durante a noite, sobretudo) e se deposita, em forma de gotículas, sobre qualquer superfície fria. Logo, o orvalho se condensa ao tocar na face fria da donzela. Ou melhor, quase fria, porque nova oposição é encontrada com a palavra 'suor'.
A donzela está 'esfriando', no entanto, ainda há um resquício de calor ( ou não seria de vida?).
Realmente já posso dizer, pela minha análise subjetiva, que AINDA há vida. Essa vida é mostrada pelo 'suor' e pelos seios que palpitam.
Os dois últimos versos dessa estrofe posso traduzir para 'o coração palpita', no entanto, a brisa ( a noite, o destino, o inevitável) deseja essa vida tanto quanto o eu-lírico, pois a brisa 'suspira, desmaia de amor!'. Ainda pensando sobre a brisa, ela está mais próxima da donzela do que o eu-lírico, afinal a brisa 'beijou-os'.

Teu pé tropeçou...
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

6ª estrofe: Há um corte no ritmo do poema, algo acontece para acelerar ou modificar o seu desfecho...'teu pé tropeçou'. No entanto, o eu-lírico continua distante:'onde vais?'

E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou;
Sentou-se na praia; sozinha no chão
A mão regelada no colo pousou!

7ª estrofe: Nova palavra expressiva inicia essa estrofe: o substantivo 'pálido'. A virgem pálida está trêmula, logo, está viva. Mas, repare que encontramos a palavra 'regelada' que significa congelada, confirmando ainda que a donzela continua o processo de esfriamento, agora já está congelando.

Que tens, coração,
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!

8ª estrofe: O eu-lírico está mais próximo da amada. Vê e pergunta diretamente porquê ela treme assim.
Será que a distância que os separava dissipou-se?

Deitou-se na areia que a vaga molhou.
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia.

9ª estrofe: Poderíamos pensar que a donzela se encontra mais acessível ao eu-lírico, afinal ela parou de correr e deitou-se na praia. No entanto, repare nas palavras:'Imóvel ...branca...dormia'.
Ao contrário do que poderíamos supor ( de que haverá agora o encontro do eu-lírico com a amada), o último verso nos confirma o inevitável: 'nem o seu colo de neve tremia'.
Confrontando com a 8ª estrofe temos:
8ª estrofe: ' Que tremes assim?'
9ª estrofe: 'E nem o seu colo de neve tremia'

O seio gelou?...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!


10ª estrofe:Confrontando essa estrofe com a 5ª estrofe, temos:
5ª estrofe: 'Teus seios palpitam...'
10ª estrofe: 'O seio gelou?'
E ainda nos deparamos com duas palavras já observadas por nós nas primeiras estrofes do poema: 'Pálida Fria'. Agora as duas unidas num momento de grande tensão que já nos leva ao desfecho final.
Viu? Não foi à-toa a nossa observação.

Dormia - na fronte que níveo suar!
A mão regelada no lânguido peito!
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!

11ª estrofe: O eu-lírico nos conta que a donzela 'dorme', é o que ele acredita. Nesse 1º verso encontramos a palavra 'níveo' que significa 'branco como a neve', trazendo novamente a idéia de candura, pureza e ainda do frio. Ao estar juntoà palavra 'suar', poderia ser compreendida como nova oposição: 'suar' ' calor / 'níveo' ' branco como a neve. No entanto, estamos diante de um 'suar' branco, frio.'Suar' também é sinônimo de 'manar', 'brotar' . Portanto, diante de toda essa situação mórbida, encaixa-se perfeitamente 'níveo-suar'. A donzela mana a vida pura que existiu dentro dela.
No segundo verso encontramos novamente a palavra 'regelada'. Comparando-a com o seu uso na 7ª estrofe, temos: A mão regelada no colo pousou! e A mão regelada no lânguido peito! Naquela a mão tem movimento 'pousou', nesta a mão está imóvel, afinal ela já está 'no lânguido peito'. Se observarmos bem, é a posição tradicional de um cadáver.
No 3º e no 4º verso, o eu-lírico reafirma que a donzela está mais branca e mais fria que a areia. Interessante comparar: 'De noite aos serenos a areia é tão fria' com 'Não era mais frio seu gélido leito!'

Nem um ressonar!...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!

12ª estrofe: Além de fria e imóvel, o texto afirma um 'dormir' extremamente silencioso.

Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão!

13ª estrofe: A ausência de pontuação nos dois primeiros versos acelera o ritmo do poema, fazendo com que seja percebido o desespero do eu-lírico. A antítese entre 'aquentar' e ' gélida' demonstra a oposição da realidade( a morte da donzela) e o inconformismo do eu-lírico tentando reanimar sua amada.

Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!

14ª estrofe: A constatação enfática, por parte do eu-lírico, da morte da donzela. Estátua sem vida

E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-a suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!

15ª estrofe: No início da estrofe, encontramos a palavra ' vaga' que pode significar tanto grande onde quanto um lugar vazio a ser preenchido como uma cova.
O corpo é lentamente arrastado para o mar. Destaque para as palavras 'cândidas' e 'leve', pois elas criam um ar místico de santidade, pureza, vida. Contrapondo-se a isso, o 3º verso nos traz a palavra 'boiando' fazendo intertextualidade com 'Ofélia' (mulher morta boiando nas águas) de Shakespierre, personagem da tragédia Hamlet. Essa relação reforça no poema a idéia de morte, tragédia, o misticismo- afinal Hamlet tem como personagem um espectro e, ainda, a podridão por ser um cadáver boiando.
Finalizando, a estrofe retoma a brancura, a leveza: 'soltos cabelos' e 'neve'

Nas vagas sonhando
Não durmas assim;
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

16ª estrofe: 'Nas vagas sonhando / Não durmas assim'
O eu-lírico ou a donzela?

E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu!
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!

17ª estrofe: No primeiro verso, as expressões 'imagem da virgem' e 'águas do mar' deixam no contexto o ar de santidade e de vida - água é vida.
No 2º verso encontramos a intensificação da santidade: 'brilhava', 'branco', 'límpido'. Interessante que ela é quem brilhava e não a lua que se refletia na mulher.
Também nos deparamos com a palavra ' véu' que tanto pode trazer a idéia de santidade - por ser usado nas igrejas pelas mulheres nas orações e pelas noivas no casamento- quanto do cadáver que é coberto por um véu no caixão.
No 3º verso ainda continua a aura de santidade com a palavra 'luzir'. Também encontramos 'transparente' que sugere limpidez, pureza(água transparente). Porém não podemos esquecer da idéia fantasmagórica; afinal, ao pensarmos num ser transparente, imediatamente nos lembramos de fantasmas.
O 4º verso praticamente finaliza a história em um ambiente totalmente claro e santo: 'sem nuvens' e 'céu'. No entanto, a palavra 'noite', no meio de toda esta estrofe que fala de luz, santidade e céu, sugere escuridão, medo - podemos enxergar os sentimentos do eu-lírico que ficou assistindo a transfiguração dessa santa virgem.

Nas águas do mar
Não durmas assim!
Não morras, donzela,
Espera por mim!

18ª estrofe: Num último clamor, o eu-lírico pede para sua amada não deixá-lo, mas que espere por ele.






SONHANDO

Na praia deserta que a lua branqueia,
Que mimo! que rosa, que filha de Deus!
Tão pálida ¿ ao vê-la meu ser devaneia,
Sufoco nos lábios os hálitos meus!

Não corras na areia,
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

A praia é tão longa! e a onda bravia
As roupas de gaza te molha de escuma;
De noite ¿ aos serenos ¿ a areia é tão fria,
Tão úmido o vento que os ares perfuma!

És tão doentia!
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam ¿ a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!

Teu pé tropeçou...
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

E o pálido mimo da minha paixão
Num longo soluço tremeu e parou;
Sentou-se na praia; sozinha no chão
A mão regelada no colo pousou!

Que tens, coração,
Que tremes assim?
Cansaste, donzela?
Tem pena de mim!



Deitou-se na areia que a vaga molhou.
Imóvel e branca na praia dormia;
Mas nem os seus olhos o sono fechou
E nem o seu colo de neve tremia.

O seio gelou?...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!

Dormia - na fronte que níveo suar!
A mão regelada no lânguido peito!
Não era mais alvo seu leito do mar,
Não era mais frio seu gélido leito!

Nem um ressonar!...
Não durmas assim!
Ó pálida fria,
Tem pena de mim!



Aqui no meu peito vem antes sonhar
Nos longos suspiros do meu coração:
Eu quero em meus lábios teu seio aquentar,
Teu colo, essas faces, e a gélida mão!

Não durmas no mar!
Não durmas assim.
Estátua sem vida,
Tem pena de mim!

E a vaga crescia seu corpo banhando,
As cândidas formas movendo de leve!
E eu vi-a suave nas águas boiando
Com soltos cabelos nas roupas de neve!

Nas vagas sonhando
Não durmas assim;
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!

E a imagem da virgem nas águas do mar
Brilhava tão branca no límpido véu!
Nem mais transparente luzia o luar
No ambiente sem nuvens da noite do céu!

Nas águas do mar
Não durmas assim!
Não morras, donzela,
Espera por mim!
(Álvares de Azevedo)







Sou uma professora de Literatura que iniciou seu caminho literário lendo Sidney Sheldon.
Como? Simplesmente, ele me ajudou a viajar no prazer de desvendar mundos novos através do portal das letras! Devo muito a ele!
Ao conhecer Literatura e entender que o mais importante em uma texto não é O QUE se escreve, mas COMO se escreve; Sidney Sheldon não mais me satisfazia.
O que seria de mim, caso não tivesse me deparado com "O outro lado da meia-noite"? Ou, ainda, o que seria de mim se não tivesse como professora de Teoria Literária a doutora Maria Adélia Menegazzo?
Eu ouviria sobre mim o que ouve a maioria dos brasileiros: "brasileiro não lê"!
Eu GRITO O CONTRÁRIO: brasileiro lê e muito!
Pena, que para a grande maioria, ainda despreparados para o mundo literário, deparam-se logo no início com Guimarães Rosa ou Machado de Assis- leituras obrigatórias no Ensino Médio! O pior é que nem são avisados que o belo nessas obras é a MANEIRA como os fatos cotidianos são contados.
E assim...professores despreparados assassinam Clarice Lispector, Aluísio Azevedo, Manoel de Barros e tantos mais! É claro que os pobres cidadãos buscarão resumos que os ajudem a tirar notas e a passar em vestibulares.
Por que eu disse, então, que o brasileiro é, sim, um leitor?
Eu digo que não só é um leitor, mas, também, um criador!

O brasileiro lê os enredos nas imagens que o acompanham no dia a dia. Lê a vida de um vizinho ou de seu artista preferido!
Simplesmente com seu olhar, cria histórias mirabolantes que chegam, muitas vezes, ao fantástico de Kafka...ou ao 'infantil' de Lewis Carroll.
Não importa....ele cria e recria!
O que o faz transbordar de emoção é ver protagonistas e antagonistas desenvolverem tramas reais e inesperadas! Fica exultante em poder preencher os espaços vazios através de um simples telefonema. Não tira os olhos da história e elege, já nas primeiras palavras, seu herói ou sua heroína!
Carentes brasileiros que ao fim do livro entram em crise de abstinência e buscam acompanhar o volume II de seus idolatrados personagens...não é mais possível! As câmeras foram desligadas!
Resta- lhes tentar preencher o seu espaço em branco com situações fictícias passadas às 20:00h de um dia exaustivo e sem a realidade tão sonhada.











Ser professora não é nada fácil! Ser mulher já não é, imaginem uma professora-mulher? Mas foi esta a profissão que escolhi, ou melhor, que a vida escolheu!
Como muitos naquela idade, não sabia que curso fazer e pela primeira vez, ouvi os conselhos de minha mãe: "Milha filha, seja professora!"
Pobre mãe...hoje com seus 70 anos, acreditava que ter uma filha professora seria uma honra para a família...pobre mãe....
...pobre mãe que ensinou à filha todos os valores de honradez, sinceridade e amor à justiça ...pobre mãe...
...pobre mãe que praticamente nem estudou. Fez até a quarta-série, era a melhor aluna, mas seu pai dizia que escola não era coisa para uma filha-mulher...pobre mãe...
...pobre mãe que chorava ao ver as crianças indo para escola e se mal-dizia por não ter repetido de ano...só assim ainda estaria na escola....pobre mãe....
...pobre mãe que cursou a Universidade da vida, fez pós-doutorado nesta profissão...mas não estava preparada para assistir tanto descaso com a Educação...pobre mãe...
...pobre mãe que me passou todos os valores de uma vida simples, com fé no coração...pobre mãe...
...pobre mãe que me ensinou a ver brilho nos olhos de qualquer criança pé no chão...pobre mãe...
...pobre mãe que me fez ver o quanto ser professora enche de orgulho o meu coração!...pobre mãe que quantos tesouros acumulou em sua sabedoria!
Pois, pobre mesmo é aquele que pode, mas não valoriza a Educação!

* imagens: google.com

Um comentário:

Anônimo disse...

Gentee preciso de uma interpretação do poema "amor" de Álvares de Azevedo.
Preciso ate umas 14:15.